"Não se culpe nem se poupe, deite-se,vire-se música,Deite-se,vire-se,Deite-se, vire-se música,Deixe-se musicar"

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Aqui jaz...

Há algum tempo os discos de vinil saíram das prateleiras das lojas para as estantes empoeiradas das casas. Aos poucos o famoso bolachão foi dando lugar ao Compact Disc - CD, que se tornou o mais popular meio de armazenamento de dados digitais.

O surgimento do disco compacto proporcionou ao mercado de mídias de armazenamento maior capacidade de gravação, durabilidade e a tão desejada retirada dos ruídos sonoros, que incomodavam aos ouvidos e tiravam a qualidade do áudio gravado em estúdio.

O reinado do CD, que começou no início da década de 90, tirando o Long Play do palácio das media de registro, seria abalado no século XXI com os avanços tecnológicos e com o advento de novas mídias? Quais foram as conseqüências da banalização dos discos compactos e dos gravadores de CD’s?

A banalização do CD e conseqüentemente dos reprodutores dessa mídia, possibilitaram a qualquer utilizador de PC a reprodução em série de CD’s, com a ajuda de programas e outros dispositivos de backup.

Tais questionamentos me conduziram ao tema central da minha pesquisa científica, que trata, em linhas gerais, da Indústria Fonográfica na ‘Era MP’ (termo criado por mim e pelo meu parceiro de trabalho) e de como as novas tecnologias afetam os formatos tradicionais de circulação e consumo da música.

Muito se fala sobre a morte do álbum.Falácia? Ainda não se sabe ao certo, mas como disse Júlio Daio Borges, “eu não sei quantos obituários eu já li recentemente sobre a morte do CD”.

O fato é que várias mídias foram sendo substituídas ao longo do tempo, como o disco de goma-laca, 78 rotações, cassete, LP, entre outros. Sim, e agora é a vez do soberano CD jogar a toalha e passar a coroa à Era MP. A Era MP trouxe os “Portable Media Player” à crista da moda.

Mas isso definitivamente atesta a morte do álbum? Segundo Danilo Fraga, a idéia de álbum remete ao conjunto das canções, da parte gráfica, das letras, da ficha técnica e dos agradecimentos lançados por um determinado intérprete com um título, uma espécie de obra fonográfica.

Sinceramente, na minha humilde opinião, não creio que isso tenha saído de moda e tão pouco terminado. Há aqueles que ainda valorizam a concepção e o trabalho artístico desenvolvido em torno da obra fonográfica, em contra-senso com os ciberouvintes da “música descartável”, que preferem ”baixar” e gravar músicas em pequenos dispositivos de armazenamento e deletar na semana seguinte, para que outras tantas sejam novamente gravadas e também descartadas, como num passe de mágica, só que tecnológico.

O mito ainda ronda o mundo da Indústria Fonográfica, e as conseqüências de fato são avassaladoras para o mercado: pirataria desmedida, direitos autorais violados e mudanças bruscas nas práticas de consumo.

Não sabemos quem de fato dará o golpe fatal e se ele de fato existirá. Será que ele está próximo?

As dúvidas são muitas, mas a verdade é que não tão cedo ouviremos o suspiro final.

Links:
Danilo Fraga Dantas - MP3,a morte do álbum e o sonho de liberdade da canção?
Júlio Daio Borges - Pra mim e pra você o CD teve vida curta

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