"Não se culpe nem se poupe, deite-se,vire-se música,Deite-se,vire-se,Deite-se, vire-se música,Deixe-se musicar"

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Daqui pra frente...

Pela primeira vez num show solo, Juliana Sinimbú decidiu usar como tema a simples forma de contar sua história depois que de fato começou a cantar, já que antes disso, a sua relação com a música era apenas amor platônico.

Assim, decidiu chamar a pessoa mais presente nos últimos tempos de sua trajetória, o compositor, violonista e amigo Felipe Cordeiro para dividir o palco e fazer a direção musical.
Juntos, montaram um show com um título sugestivo que fala através da música, sobre pensamentos, sonhos, frustrações e vida musical da cantora.

No repertório, muito samba, que é de berço, a maior influência da cantora, pop, blues e derivados, além de uma direção artística e ambientação cênica cuidadosamente feita por Carlos Vera Cruz e Ana léa Marçal e participações especialíssimas de amigos-músicos, cantores e compositores.

O espetáculo acontecerá dia 5 de dezembro, dentro do projeto 1 /4 de música no Teatro Margarida Schivasappa do Centur.

Ficha Técnica:

Produção Executiva: Ana Léa Marçal
Roteiro: Juliana Sinimbú
Assistente de produção: Thiago Lobo
Concepção de Cenário: Carlos Vera Cruz
Cenotécnica: Barrão e Marina
Direção musical: Felipe Cordeiro
* Show produzido pela Espetáculo Produções Artísticas

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Arthur Nogueira apresenta "Mundano"




Duas frases resumem a natureza e intenção de Mundano, o novo show do cantor e compositor Arthur Nogueira: “o autor não existe”, de Foucault, e “te amar é um claro assunto no breu”, de Antonio Cicero.


Por ser, antes de qualquer outra coisa, uma mostra autoral – estamos diante de um compositor - torna-se muito conveniente discutir a criação em si. Para Foucault, ele - o autor - é “apenas mais um elo na cadeia de raciocínio”, uma ferramenta pela qual as palavras brotam com seus próprios desígnios. Assim como diz a letra de “Canção pra canção”, de Felipe Cordeiro, é necessário oferecer a uma canção bons motivos, dores, licores, cantos... Aí ela resiste, resiste até que fura: mundana.


Mas, se por um lado, o termo Mundano alude àquilo que é do mundo, como as canções, por outro também alude aos prazeres materiais. Na letra de “$ Cara”, parceria com a irmã Marina Lima, Antonio Cicero começa afirmando que “jamais foi tão escuro no país do futuro e da televisão” - relacionando o termo escuro com o que há de mais duvidoso, ilícito e triste - e termina constatando que, mesmo em meio aos breus, amar ainda é um claro assunto. E talvez o único. Ou seja, com muita propriedade, o poeta coloca o amor como uma perspectiva ao mal-estar das civilizações. Costurando tudo isso, a canção-título, “Mundano”, de Vital Lima, é uma bela cena noir de um amor que finda, questionando se “a felicidade pode ser que tenha a ver com algo a dois”.


Além das canções próprias - parcerias com nomes como Vital Lima, Leandro Dias, Marcelo Ribeiro e o próprio Antonio Cicero - que norteiam todo o roteiro, também estarão no set list pepitas dos Novos Baianos, “Dê um rolê” e “Mistério do Planeta”; Caetano Veloso, “Superbacana”; Adriana Calcanhotto, “Por que você faz cinema?” e “Inverno”; Roberto e Erasmo Carlos, “Ilegal, imoral ou engorda”; e até uma releitura de “Duo”, canção da banda de rock Madame Saatan. Da mesma banda faz parte o guitarrista Edinho Guerreiro, que tocará no show inteiro e cuja participação é importantíssima para desenlaçar qualquer amarra estilística. A direção musical fica por conta de Felipe Cordeiro, que também tocará violão.


A intenção de Mundano é manter acesa a chama da poesia e dos bons autores não apenas nos “guetos” alternativos, começando pelo caminho mais óbvio de fugir da formalidade dos Teatros - onde o público acaba sendo mais restrito - para a informalidade de um espaço como o Café Imaginário: livre e cheio do ir-e-vir de um público altamente plural...


FICHA TÉCNICA:


Produzido e concebido por Arthur Nogueira
Direção musical: Felipe Cordeiro

Banda:

Felipe Cordeiro: violão

Edinho Guerreiro: guitarra

Arthur Kunz: bateria.

Assistentes de produção:Ana Léa Marçal, Alysson Barros e Dário Jaime

Assessoria de imprensa: Gláfira Lobo


Apoio:


Pomme D'or

EUBELEM

Estúdio Apce Music Edition

MGM - Arquitetura, construção e serviços Ltda



SERVIÇO:


Mundano – Arthur NogueiraDia 10 de Novembro de 2007 – Sábado – 23hsCafé Imaginário (Quintino Bocaiúva, entre Boaventura da Silva e Tiradentes)


Couvert: R$3

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A verdadeira história de Leila Chavantes em DVD

Amigos, fãs e artistas se reuniram ontem no lançamento do DVD que conta a verdadeira história de Leila Chavantes.Se ela estivesse entre nós, teria feito 56 anos.

O DVD traz o último show da carreira da cantora, intitulado Dupla face, gravado no Teatro da Paz em 2006, ao lado do pianista Tynnôko Costa. Além de depoimentos de músicos que dividiram os palcos com Leila e uma retrospectiva da vida da artista, desde a infância.

Cantora, médica, escorpiana, paraense de coração, mulher, filha, esposa, Leila não era só admirada pela voz brilhante (com um timbre grave de arrepiar), mas também querida por todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. E eu tive o prazer de conhecer o talento de Leila Chavantes.

Não gosto da idéia de ausência, prefiro acreditar que perdemos Leila de vista, por alguns instantes, mas que cedo ou tarde ela estará entre nós, de preferência cantando um bolero.


“E então eu cantaria
A noite inteira
Como já cantei, cantarei
As coisas todas que já tive
Tenho e sei, um dia terei...
A fé no que virá
E a alegria de poder
Olha pra trás
E ver que voltaria com você
De novo, viver
Nesse imenso salão...
Ao som desse bolero
Vida, vamos nós
E não estamos sós
Veja, meu bem
A orquestra nos espera
Por favor!
Mais uma vez, recomeçar...”



Para ouvir:


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Pixinguinha traz Zé Renato e Mariana Leporace a Belém


O Projeto Pixinguinha traz aos palcos de Belém, nesta terça-feira (23), o cantor e compositor Zé Renato e a cantora Mariana Leporace.Os shows, que acontecerão no Teatro Maria Sylvia Nunes e no Memorial dos Povos, vão compor a extensa programação comemorativa dos 30 anos do projeto itinerário, que pretende levar, para todo o Brasil, as caravanas com artistas selecionados por edital e músicos convidados. Dentre eles, Yamandú Costa, Ivan Lins, Guinga, Mônica Salmaso, Rita Ribeiro, Moska, João Bosco, Monarco, Carmélia Alves, Elomar, Cida Moreira, Eduardo Dussek, Selma Reis e Borghettinho.


Zé Renato - O cantor e compositor inicou sua carreira no grupo Boca Livre, lançando-se no mercado solo somente em 1982, com o disco Fonte de Vida. Entre os trabalhos autorais estão Cabô (1999), com sambas em parceria com Lenine, Pedro Luis e Elton Medeiros, entre outros; Minha Praia, com inéditas em parceria com Arnaldo Antunes, Paulo César Pinheiro e Capinam, entre outros – que lhe rendeu o Prêmio Rival BR de Música na categoria de Melhor Cantor.

Em 2006, realizou o projeto infantil Forró pras Crianças, que recebeu Prêmio Tim 2007 de Melhor CD Infantil e está indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Infantil. Recentemente, lançou seu primeiro DVD Zé Renato Ao Vivo (Biscoito Fino), gravado ao vivo na casa de shows carioca Estrela da Lapa, com participação de Milton Nascimento, Boca Livre e do saxofonista Zé Nogueira. No repertório, parcerias com Pedro Luís (Luz da Nobreza), Milton (Ânima) e Teresa Cristina (Delicada) e versões que vão de Zé Kéti (Diz que Fui por Aí) aos ingleses do Police (Roxanne).


Mariana Leporace - Nos palcos desde o final da década de 80, Marianna Leporace passeia com desenvoltura pela chamada ‘MPB convencional’, assim como pelas nuances do samba e jazz.

Em abril último lançou o elogiado CD Marianna Leporace Canta Baden Powel, que homenageia os 70 anos que o compositor faria em agosto de 2007, com participação dos filhos de Baden, Philippe Baden (piano) e Marcel Powell (violão). Feito originalmente para o mercado japonês, o álbum teve resultado tão cuidadoso que ganhou também edição brasileira, pelo selo Mills Records. .

Em sua discografia, que conta com sete álbuns, destacam-se São Bonitas as Canções, com a pianista Sheila Zagury, em que registra as parcerias para teatro de Chico Buarque e Edu Lobo (2000 – Independente) e Pop Acústico, uma série de três CDs com canções do universo pop/rock anglo-americano (Deckdisc).

De formação lírica e popular, começou a cantar ao lado do irmão Fernando tocando em bares do Rio e fez parte de inúmeros grupos vocais. Estreou no mercado fonográfico japonês com o disco As Filhas da Bossa, dividido com a filha de Carlos Lyra, Kay Lira, e Ana Martins, filha da compositora e cantora Joyce.

O repertório do show atual baseia-se nas parcerias de Baden e Vinicius de Moraes, como Samba da Benção, Berimbau, Consolação, entre outras.

Serviço: Projeto Pixinguinha 2007 - Caravana de outubro. Terça e quarta-feira, 23 e 24 de outubro – 20h. Dia 23 – Teatro Maria Sylvia Nunes (Estação das Docas), Ingressos: R$ 5,00 e R$ 2,50 (estudantes e idosos). Dia 24 – Memorial dos Povos, Entrada franca.




Fonte: O Liberal

domingo, 21 de outubro de 2007

CD Olívia Byington


Álbum: Olívia Byington
Selo: Biscoito Fino
Ano:2007
Preço médio: R$ 30
Títulos do álbum:
1 - Areias do Leblon
2 - Guarda a minha alma
3 - Na ponta dos pés (part. especial Seu Jorge)
4 - Balada do avesso
5 - Por dentro das canções
6 - Mãe Quelé
7 - Todo par
8 - Eu nunca fui à Bahia
9 - O mar é minha hora
10 - Clarão
11 - Até Lisboa
12 - Sapatilhas de ponta

sábado, 20 de outubro de 2007

Mais Clara,Mais Crua - Olívia Byington

A casa de Olívia





Ontem eu estive na casa da Olívia. Sim, isso mesmo, Olívia Byington.

Quando entrei no Teatro Margarida Schivasappa, disse a um amigo: “Parece que estou entrando na casa dela”.Olívia estava lá, no palco, ou melhor, na sua pequena sala de estar, recebendo convidados e amigos.

E como era a primeira vez que eu a visitava, sentei-me na poltrona e fiquei observando a mobília, a coleção de livros empilhados no chão, a pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré e no meio da modesta e pitoresca decoração, um moderno lap top, que ela usava para colocar a música ambiente da festinha particular que ali começava.

Olívia Byington fez um show intimista, no qual a platéia mais parecia uma roda de amigos pessoais que se encontram para bater-papo, contar histórias engraçadas do cotidiano e ouvir boa música. A cortina de retalhos com tecidos de texturas variadas e as velas coloridas exalando um leve perfume que tomava conta de todo o teatro, deram o tom e a sutileza do espetáculo.

Olívia não chama atenção só pela beleza física, mas principalmente pela voz absolutamente afinada, limpa, aguda, com os trinados de uma soprano ligeiro, resquícios do canto lírico, que ela abandonou ainda na adolescência para se entregar às volúpias da música popular.

O show “Cada um, cada um”, apresentado quinta e sexta-feira em Belém, teve realmente um repertório escolhido a dedo, com músicas representativas da carreira de intérprete de Olívia Byington como Mais Clara, Mais Crua, outras que mostravam o incontestável talento de compositora como Lady Jane, em parceria com Geraldo Carneiro e Clarão, de Olívia e Cacaso, e ainda canções divertidas e cômicas como Menina Fricote, de Marília e Henrique Batista e Uva de Caminhão, de Assis Valente(chamado "carinhosamente" de Tati Quebra-barraco dos anos 30 pela cantora), além de um texto inteligente, frouxo, bem humorado, que deixava evidente as habilidades de atriz (ela poderia seguir perfeitamente a carreira da irmã).

Por falar em atriz, Olívia disse que sentiu medo, insegurança ao montar o show, por se tratar de um espetáculo no qual passa quase uma hora e meia, sozinha no palco, o que, segundo ela, poderia ser comparado aos monólogos teatrais.

Discordando dela, devo dizer que não se tratou em nenhum momento de um monólogo, mas sim de um longo e prazeroso diálogo: Ela falava e o público respondia com gestos, aplausos, olhares, sensações, risadas, sussurros e até gritos dos mais empolgados. O público falava...e ela respondia com sua música.



Para ouvir: Olívia Byington - MySpace

sábado, 13 de outubro de 2007

A Fé que nos protege

Círios
(Marco Aurélio e Vital Lima)

Meu filho, vês aquela claridade?
É a cidade na escuridão...
O barco singra as águas
E pulsa feito um coração
Cheio de alegria,bálsamo,benção.
O Círio de Nazaré,
Tu verás, será, menino,
Algo pra não se esquecer,
Pra colar no teu caminho
Feito o som de uma viola
Que te fez chorar baixinho...
Quando vires a Senhora
Ficarás pequenininho
Diante do mistério que há
Nessa nossa vida humana,
Vais crescer mais que o luar,
Vais voar mais que as semanas,
Vais sorrir pro revelado,
Fruto da emoção na boca
De que tudo é amarrado
E o mundo é um, é oca.
Menino acorda e vem olhar
O sol não tarda em levantar
Vem ver Belém
Que começa a despertar.
Outros outubros tu verás
(e outubros guardam histórias),
Ver o peso
Quando for a hora.



Feliz Círio!!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Alba Maria é inaugural



Recentemente li uma matéria na qual o autor falava sobre cantoras inaugurais e simulacros. Achei o texto muito interessante, com algumas ressalvas, é claro.
Ao destacar aquilo que para ele seriam (são) imitações mal acabadas de algumas cantoras, deu uma definição para o que podemos chamar de cantoras inaugurais:



Ao ler esse pequeno trecho, porém muito bem pensado, lembrei-me de imediato da cantora paraense Alba Maria. Que ela está no rol das melhores cantoras do nosso país, eu já sabia, mas tive plena convicção de que Alba Maria é, sem dúvida, uma cantora inaugural, daquelas que são raras, que nem imitam e nem se permitem imitar.

Não seria imprudente, porém, dizer que Alba Maria se transforma em várias e ao mesmo tempo dá voz a cada uma de suas influências, ora Elis Regina, ora Gal Costa, ora Clara Nunes. Até mesmo as tantas mulheres de Chico Buarque passeiam livremente pelo seu cantar.

Mas ela não é simulacro de ninguém, tampouco uma imitação barata com rasuras.Mesmo vivendo num mundo-cópia, Alba Maria consegue ser diferente, única.

Seria impossível resumir o talento dessa maravilhosa intérprete em parcas linhas, e nem poderia ousar fazê-lo. Mas quem conhece sabe exatamente do que estou falando: da voz marcante, da entrega, da sensualidade...

Querem entender melhor? Ouçam Alba Maria! Melhor que isso, ouçam e assistam, se possível. Um deleite para os olhos e para os ouvidos mais exigentes.

Agenda:

Quinta-feira

Alba Maria e Floriano

Bar bodega (Quintino Bocaiúva,entre Conselheiro e Gentil) - 23h

Todos os Sábados de outubro (inclusive na véspera do Círio)

Alba Maria,Floriano (violão) e Márcio Jardim (percussão)

Bar Café Imaginário (Quintino esquina com Boaventura) - 23h

Para ouvir: http://www.myspace.com/albamaria75

terça-feira, 25 de setembro de 2007

"Suas noites são de gala,nosso samba ainda é na rua..."

Com uma vasta programação que mistura artes plásticas, teatro, dança e música, o Circuito Cultural Banco do Brasil traz a Belém hoje um dos shows mais esperados do ano, o da cantora Mônica Salmaso e Grupo Pau Brasil. Na bagagem, canções do compositor Chico “Gênio” Buarque de Hollanda.
Mônica Salmaso mostrará ao público paraense um repertório baseado no seu mais novo CD, intitulado “Noites de Gala, Samba na Rua”, no qual ela homenageia Chico com interpretações primorosas.
Vale a pena conferir!





Leia mais...




Serviço: Circuito Cultura Banco do Brasil apresenta:
Mônica Salmaso e Grupo Pau Brasil
Dias 25 e 26 de setembro às 21h
Teatro Maria Sylvia Nunes – Estação das Docas



Ingressos: R$15
Tel: 3212 - 5525

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Aqui jaz...

Há algum tempo os discos de vinil saíram das prateleiras das lojas para as estantes empoeiradas das casas. Aos poucos o famoso bolachão foi dando lugar ao Compact Disc - CD, que se tornou o mais popular meio de armazenamento de dados digitais.

O surgimento do disco compacto proporcionou ao mercado de mídias de armazenamento maior capacidade de gravação, durabilidade e a tão desejada retirada dos ruídos sonoros, que incomodavam aos ouvidos e tiravam a qualidade do áudio gravado em estúdio.

O reinado do CD, que começou no início da década de 90, tirando o Long Play do palácio das media de registro, seria abalado no século XXI com os avanços tecnológicos e com o advento de novas mídias? Quais foram as conseqüências da banalização dos discos compactos e dos gravadores de CD’s?

A banalização do CD e conseqüentemente dos reprodutores dessa mídia, possibilitaram a qualquer utilizador de PC a reprodução em série de CD’s, com a ajuda de programas e outros dispositivos de backup.

Tais questionamentos me conduziram ao tema central da minha pesquisa científica, que trata, em linhas gerais, da Indústria Fonográfica na ‘Era MP’ (termo criado por mim e pelo meu parceiro de trabalho) e de como as novas tecnologias afetam os formatos tradicionais de circulação e consumo da música.

Muito se fala sobre a morte do álbum.Falácia? Ainda não se sabe ao certo, mas como disse Júlio Daio Borges, “eu não sei quantos obituários eu já li recentemente sobre a morte do CD”.

O fato é que várias mídias foram sendo substituídas ao longo do tempo, como o disco de goma-laca, 78 rotações, cassete, LP, entre outros. Sim, e agora é a vez do soberano CD jogar a toalha e passar a coroa à Era MP. A Era MP trouxe os “Portable Media Player” à crista da moda.

Mas isso definitivamente atesta a morte do álbum? Segundo Danilo Fraga, a idéia de álbum remete ao conjunto das canções, da parte gráfica, das letras, da ficha técnica e dos agradecimentos lançados por um determinado intérprete com um título, uma espécie de obra fonográfica.

Sinceramente, na minha humilde opinião, não creio que isso tenha saído de moda e tão pouco terminado. Há aqueles que ainda valorizam a concepção e o trabalho artístico desenvolvido em torno da obra fonográfica, em contra-senso com os ciberouvintes da “música descartável”, que preferem ”baixar” e gravar músicas em pequenos dispositivos de armazenamento e deletar na semana seguinte, para que outras tantas sejam novamente gravadas e também descartadas, como num passe de mágica, só que tecnológico.

O mito ainda ronda o mundo da Indústria Fonográfica, e as conseqüências de fato são avassaladoras para o mercado: pirataria desmedida, direitos autorais violados e mudanças bruscas nas práticas de consumo.

Não sabemos quem de fato dará o golpe fatal e se ele de fato existirá. Será que ele está próximo?

As dúvidas são muitas, mas a verdade é que não tão cedo ouviremos o suspiro final.

Links:
Danilo Fraga Dantas - MP3,a morte do álbum e o sonho de liberdade da canção?
Júlio Daio Borges - Pra mim e pra você o CD teve vida curta

domingo, 23 de setembro de 2007

Por dentro da noite prata


“A noite está estrelada, e tiritam, azuis, os astros lá longe...O vento da noite gira no céu e canta”. Lembrei-me exatamente desse trecho do poema de Neruda, ao ouvir a voz brilhante de Dayse Addario no show “Por dentro da noite prata”, que aconteceu no dia 30 de maio deste ano. Não pela temática poética utilizada tanto nas palavras de Pablo quanto no cenário do espetáculo, mas pela tão sublime sensação daquelas melodias, que me fizeram sair do teatro e entrar em um outro mundo. Um mundo prata, dourado, furta-cor, que se abria na minha frente, simultâneo aos inúmeros feixes de luz. E lá no centro de tudo, o talento incontestável de uma intérprete, no auge dos seus 20 anos de carreira, vivendo a maturidade dos seus 20 anos blues...
Dayse convidou a platéia para cantar com ela naquela noite prata e foi exatamente isso que conseguiu. Um público encantado, ao simples abrir da cortina e surpreso com aquela figura radiante que surgia de trás dos prédios enegrecidos, caminhando numa rua de paralelepípedos e acompanhada por doze músicos que formavam uma verdadeira orquestra jazzística.
Não podia deixar de fazer o registro desse show aqui no blog, não como produtora do espetáculo, mas como fã, no sentido mais puro da palavra. Tive a honra de participar da concepção do espetáculo, mas nada me deixou tão feliz como o fato de esquecer tudo, por um breve instante, e me sentir a mais encantada das tietes.
Ainda neste semestre teremos a reapresentação do espetáculo e o lançamento do CD homônimo.
Fica aqui a dica para os amantes do bom e velho jazz, misturado ao nosso conhecido tempero amazônico.

Um,dois,três...testando!

Bem, amigos, este é meu blog. Aqui somente assuntos relacionados à produção, divulgação e circulação musical.
Espero que vocês gostem.
Até breve.