"Não se culpe nem se poupe, deite-se,vire-se música,Deite-se,vire-se,Deite-se, vire-se música,Deixe-se musicar"

sábado, 20 de outubro de 2007

A casa de Olívia





Ontem eu estive na casa da Olívia. Sim, isso mesmo, Olívia Byington.

Quando entrei no Teatro Margarida Schivasappa, disse a um amigo: “Parece que estou entrando na casa dela”.Olívia estava lá, no palco, ou melhor, na sua pequena sala de estar, recebendo convidados e amigos.

E como era a primeira vez que eu a visitava, sentei-me na poltrona e fiquei observando a mobília, a coleção de livros empilhados no chão, a pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré e no meio da modesta e pitoresca decoração, um moderno lap top, que ela usava para colocar a música ambiente da festinha particular que ali começava.

Olívia Byington fez um show intimista, no qual a platéia mais parecia uma roda de amigos pessoais que se encontram para bater-papo, contar histórias engraçadas do cotidiano e ouvir boa música. A cortina de retalhos com tecidos de texturas variadas e as velas coloridas exalando um leve perfume que tomava conta de todo o teatro, deram o tom e a sutileza do espetáculo.

Olívia não chama atenção só pela beleza física, mas principalmente pela voz absolutamente afinada, limpa, aguda, com os trinados de uma soprano ligeiro, resquícios do canto lírico, que ela abandonou ainda na adolescência para se entregar às volúpias da música popular.

O show “Cada um, cada um”, apresentado quinta e sexta-feira em Belém, teve realmente um repertório escolhido a dedo, com músicas representativas da carreira de intérprete de Olívia Byington como Mais Clara, Mais Crua, outras que mostravam o incontestável talento de compositora como Lady Jane, em parceria com Geraldo Carneiro e Clarão, de Olívia e Cacaso, e ainda canções divertidas e cômicas como Menina Fricote, de Marília e Henrique Batista e Uva de Caminhão, de Assis Valente(chamado "carinhosamente" de Tati Quebra-barraco dos anos 30 pela cantora), além de um texto inteligente, frouxo, bem humorado, que deixava evidente as habilidades de atriz (ela poderia seguir perfeitamente a carreira da irmã).

Por falar em atriz, Olívia disse que sentiu medo, insegurança ao montar o show, por se tratar de um espetáculo no qual passa quase uma hora e meia, sozinha no palco, o que, segundo ela, poderia ser comparado aos monólogos teatrais.

Discordando dela, devo dizer que não se tratou em nenhum momento de um monólogo, mas sim de um longo e prazeroso diálogo: Ela falava e o público respondia com gestos, aplausos, olhares, sensações, risadas, sussurros e até gritos dos mais empolgados. O público falava...e ela respondia com sua música.



Para ouvir: Olívia Byington - MySpace

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